Nada melhor do que a alegoria e seus símbolos para ter uma perspectiva sobre as coisas que nos acontecem, sobre nossos problemas do dia-a-dia e nossas maneiras de enfrentá-los.
E nada melhor do que a fantasia para compor aquelas histórias maravilhosas que divertem, além de guiar e oferecer alternativas em nossos momentos de confusão.
É disso que trata este romance Hope. Cujo título também é acompanhado por aquele slogan típico que já antecipa sobre o que será o enredo: A história de uma garota que não conseguia ouvir as palavras.
Já podemos supor desde o início o que significa não poder ouvir as palavras: Incomunicação. Cegueira. Barulho.
E então começamos a ler. E começamos a caminhar sem perder os detalhes por uma rua antiga, cada descrição define a cena e ao mesmo tempo conduz aos primeiros símbolos do nosso caminhar em busca de algo.
Encontramos o teatro Serendipity, que, como o próprio nome indica, nos convida a entrar sem saber que o procurávamos, mas intuindo que é aí onde podemos encontrar algo único, algo diferente do que procurávamos que se torna uma nova grande descoberta.
Pois a pequena Matilda, apesar de ser quase uma pequena mulher, logo parece uma réplica do principezinho de Saint Exupéry. Um daqueles personagens infantis que em sua ingenuidade reúnem sabedoria para todos que já perderam o caminho da infância como solução para o cinza do mundo.
Junto com Matilda encontramos Joseph, com suas tribulações de homem adulto ou alguma boneca cúmplice de Matilda.
Porque Matilda precisa encontrar alguém com quem compartilhar seus segredos e medos. E é em um estado de confusão e medo que podemos reconhecer um pedaço de nós mesmos em Matilda.
E dessa empatia vem o ensinamento final do livro, eu os instruo a irem em frente, a maneira de fazer as palavras servirem de novo para se comunicar e ser feliz, ou pelo menos tentar ...
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