Admiramos o momento brilhante em que um homem se levanta das cinzas para se lançar no vôo de sua imaginação transbordante. A convicção desse encontro com o sentido da vida tem a justificativa da epopéia. Ainda mais quando a bagagem de derrotas se acumula sobre alguém como o pior dos heróis antológicos.
O que ele nos conta aqui Yannick Hanel tem algo de Quixote reencarnado em Inácio Reilly e finalmente no bom e velho Jean. Porque cada vez tem suas epopéias na mesma medida que sua parte absurda. O coquetel é servido com um toque amargo. Pois entre os goles agradáveis dos grandes mitos e os goles da realidade mais prosaica, sem o menor traço de lirismo para o autodesenvolvimento, a embriaguez acaba despertando fortes ressacas.
Jean, o herói deste épico único, tem quarenta e nove anos, vive enclausurado em um estúdio de vinte metros quadrados e passa os dias assistindo a filmes enquanto se embriaga. Mas apesar de seu aparente descuido e abandono, ele escreveu um roteiro monumental sobre a vida de Herman Melville que apenas Michael Cimino, o maldito diretor de The Hunter, poderia levar ao cinema.
Então, para conhecê-lo, ele embarca numa busca incrível, a da verdade que brilha entre o cinema e a literatura, que o levará a uma série de aventuras tão cômicas quanto extravagantes entre Paris, Nova York, Colmar e um lago na Itália. O romance cintilante de um escritor que vive a literatura e poetiza a vida.
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