Os 3 melhores livros de Mikel Santiago

A infinidade de grandes autores resgatados da autopublicação aumenta gradativamente. NĂŁo hĂĄ melhor referĂȘncia para as principais editoras do que a avaliação direta dos leitores sobre um autor que busca seu espaço no oceano da autopublicação. E sim, tambĂ©m aconteceu com um autor tĂŁo consagrado como Mikel Santiago.

Semelhante a outros casos essenciais de noir ou suspense, como Javier Castillo, Eva Garcia Saenz. Atualmente, todos eles se tornam referĂȘncia para muitos outros autores que hĂĄ muito deixaram de bater nas portas saturadas das grandes editoras para tentar chamar a atenção da consideração unĂąnime dos leitores nas plataformas online.

Mas, como disse, um dos exemplos mais proeminentes desta nova cultura de autopublicação rumo ao sucesso Ă©, sem dĂșvida, o de Mikel Santiago. Estamos falando de um daqueles escritores que, alĂ©m de ser bem recebido pela crĂ­tica direta do leitor, se descobre como uma nova voz que conduz com maestria suas tramas, com ritmo exaustivo, sob uma cadĂȘncia sempre oportuna de acontecimentos, gerando constantemente novos ganchos e reviravoltas.

Tudo isso em um cenĂĄrio cĂȘnico e psicolĂłgico tĂ­pico de um autor que sabe transferir perfeitamente sua imaginação e sua proposta para o outro lado, onde a magia comunicativa da leitura Ă© gerada sob uma espĂ©cie de voice-over do escritor.

Não admira que Mikel seja um dos nossos escritores mais internacionais, mesmo em comparação com Stephen King nessa capacidade sublime de construção de personagens absolutamente empåticos e situaçÔes perfeitamente tangíveis em torno de qualquer de suas tramas negras.

Os 3 principais romances recomendados de Mikel Santiago

Entre os mortos

Geralmente ocorre. O amor mais indizĂ­vel entregue Ă  paixĂŁo mais ardente aponta para as pulsĂ”es de vida e de morte. NĂŁo hĂĄ crime passional sem sentimento de vingança, mal-entendido, rancor ou o que quer que mova personagens tĂŁo dĂ­spares neste romance. A sombra de El Cuervo voa sobre tantas almas como uma mĂĄ consciĂȘncia que leva carne, ossos e sombras para cobrar suas contas...

Hå mortos que nunca descansam, e talvez não devam até que a justiça seja feita. Ninguém sabe disso melhor do que Nerea Arruti, uma agente da Ertzaintza em Illumbe, uma mulher solitåria que também arrasta seus próprios cadåveres e fantasmas do passado.

Uma histĂłria de amor proibida, uma morte supostamente acidental, uma mansĂŁo com vista para o Golfo da Biscaia onde todos tĂȘm algo a esconder e um personagem misterioso conhecido como o Corvo cujo nome aparece como uma sombra ao longo do romance. Esses sĂŁo os ingredientes de uma investigação que se tornarĂĄ mais complicada pĂĄgina apĂłs pĂĄgina e na qual Arruti, como os leitores logo descobrirĂŁo, serĂĄ muito mais do que o agente encarregado do caso.

Entre os mortos, Mikel Santiago

O mentiroso

Desculpa, defesa, engano, patologia na pior das hipĂłteses. A mentira Ă© um estranho espaço de convivĂȘncia do ser humano, assumindo nossa natureza contraditĂłria. E a mentira tambĂ©m pode ser a ocultação mais premeditada. Mau negĂłcio quando se torna imperativo esconder a realidade para a sobrevivĂȘncia da construção do nosso mundo.

Muito tem sido escrito sobre a mentira. Porque dela nasce a traição, os piores segredos, atĂ© o crime. DaĂ­ o magnetismo do leitor para esse tipo de argumento. Assim, começamos a citar a bicha do tĂ­tulo deste romance de Mikel Santiago, impregnando o protagonista com o defeito feito da essĂȘncia de seu ser.

Só que neste caso a mentira aceita dobras intrigantes, neste caso, o salto mortal duplo deste romance acrescenta uma amnésia superveniente para tornar tudo mais raro e nos preparar para liberar tanta tensão que se acumula a cada pågina.

Na Shari lapena para Frederico Axat Passando por muitos outros escritores, todos tiram da amnĂ©sia para nos oferecer aquele jogo de luz e sombra que os leitores de suspense tanto gostam. Mas voltando a “O Mentiroso”
, o que ele terĂĄ a nos dizer sobre sua grande falsidade? Porque logicamente a mentira Ă© a essĂȘncia do suspense, do thriller pelo qual nos movemos Ă  beira da suspeita daquele grande engano prestes a baixar a cortina.

Miguel Santiago ele quebra os limites da intriga psicológica com uma história que explora as frågeis fronteiras entre memória e amnésia, verdade e mentira.

Na primeira cena, o protagonista acorda em uma fĂĄbrica abandonada ao lado do cadĂĄver de um homem desconhecido e de uma pedra com vestĂ­gios de sangue. Quando ele foge, ele decide tentar juntar os fatos sozinho. No entanto, ele tem um problema: quase nĂŁo se lembra de nada do que aconteceu nas Ășltimas quarenta e oito horas. E o pouco que ele sabe Ă© melhor nĂŁo contar a ninguĂ©m.

É assim que começa suspense que nos leva a uma vila costeira do PaĂ­s Basco, entre estradas sinuosas Ă  beira de falĂ©sias e casas com paredes fendidas por noites de tempestade: uma pequena comunidade onde, pelo que parece, ninguĂ©m guarda segredos de ninguĂ©m.

O mentiroso, de Mikel Santiago

O estranho verĂŁo de Tom Harvey

O pensamento pesado de que vocĂȘ falhou com alguĂ©m pode ser assustador Ă  luz dos fatĂ­dicos eventos subsequentes. VocĂȘ pode nĂŁo ser absolutamente culpado de que tudo deu tĂŁo errado, mas sua omissĂŁo foi fatal.

Essa é a perspectiva que circunda o leitor deste romance desde que ele começa com as primeiras påginas. Uma espécie de culpa indireta, que poderia ter sido evitada se Tom tivesse procurado Bob Ardlan, seu ex-sogro. Porque logo depois daquela ligação Bob acabou se jogando no chão da varanda de sua casa. Mas é claro, Tom estava flertando com uma garota espetacular, ou pelo menos ele estava tentando, e servir a um ex-pai nessas circunstùncias ainda era constrangedor.

Quando comecei a ler este romance, lembrei-me das Ășltimas obras de Luca DÂŽAndrea, sandrone dazieri ou Andrea Camilleri. E eu pensei isso livro "O Estranho Caso de Tom Harvey", pelo simples fato de ter sido desenvolvido na ItĂĄlia, ia formar uma miscelĂąnea desses trĂȘs autores do mesmo gĂȘnero. Malditos preconceitos! Logo entendi que Mikel Ă© o que uma voz prĂłpria e diferenciada costuma dizer. Embora o gĂȘnero negro sempre ofereça piscadelas compartilhadas, o que Mikel consegue Ă© uma bela literatura negra, para chamĂĄ-la de alguma forma.

Hå assassinato, hå conflito (dentro e fora do personagem), hå investigação e mistério, mas de alguma forma, a maneira como os personagens de Mikel se movem em sua trama bem ligada transmite uma beleza especial em um verbo ågil e preciso que ele sabe como preencha descriçÔes de dentro para fora do personagem e de fora para dentro.

Uma espĂ©cie de simbiose cena-personagem que vocĂȘ pode nĂŁo ter encontrado em outros autores. NĂŁo sei se me explico. O que tenho certeza Ă© que, em caso de dĂșvida, vocĂȘ nĂŁo pode parar de lĂȘ-lo.

O estranho verĂŁo de Tom Harvey

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O filho esquecido

A vingança é melhor servida em um prato frio. Porque atacam a vítima de forma inesperada, sibilina, tangencial. Segredos podem então surgir entre memórias nebulosas, talvez não tão verdadeiros, provavelmente não tão destrutivos. Mas a memória é o que é e as memórias podem ser capazes de se tornar uma base vital para a vingança feita justiça.

HĂĄ pessoas que deixamos para trĂĄs, hĂĄ dĂ­vidas que nunca terminamos de pagar. Aitor Orizaola, "Ori", Ă© um agente Ertzaintza nas horas vagas. Enquanto se recupera em casa da resolução violenta de seu Ășltimo caso (e enfrenta um processo disciplinar), recebe mĂĄs notĂ­cias. Seu sobrinho Denis, que anos atrĂĄs era quase um filho para ele, foi acusado de assassinato. Mas algo cheira podre, e Ori, mesmo abatido e dolorido, tem alguns velhos truques caninos para descobrir o que realmente estĂĄ acontecendo.

A ilha das Ășltimas vozes

Um cenĂĄrio que nos leva Ă  parte mais remota do antigo reino britĂąnico, a Ășltima ilha nos arredores de Saint Kilda, uma verdadeira reserva natural na qual convivem o turismo residual e os Ășltimos pescadores num silĂȘncio sĂł quebrado pelas ondas do Mar do Norte .

Com aquele sentimento de estranheza que os espaços abertos nos oferecem, mas longe de qualquer sinal de civilização, nos deparamos com Carmen, uma empregada de hotel, uma personagem perdida do seu prĂłprio destino para aquelas terras longĂ­nquas. Junto com ela, os poucos pescadores que entendem aquele pedaço de terra como seu Ășltimo lugar no mundo enfrentam a tempestade que levou ao despejo da ilha.

E ali, todos rendidos ao capricho de uma grande tormenta, Carmen e os demais habitantes enfrentarĂŁo uma descoberta que transformarĂĄ suas vidas muito mais do que a maior tormenta poderia ter feito.

A ilha das Ășltimas vozes

No meio da noite

Um grande elenco de autores de suspense em língua espanhola parece ter conspirado para não nos dar descanso em leituras que nos levam freneticamente de um enredo de alta tensão para outro. Entre Javier Castillo, Miguel Santiago, Vencedor da Árvore o Dolores Redondo entre outros, garantem que nunca se esgotem as opçÔes de histórias tenebrosas muito próximas de nós ... Agora vamos curtir o que sempre acontece no meio da noite, quando todos dormimos e o mal desliza como uma sombra em busca de almas perdidas. ..

Pode uma noite marcar o destino de todos os que a viveram? Mais de vinte anos se passaram desde que o astro do rock em declĂ­nio Diego Letamendia se apresentou pela Ășltima vez em sua cidade natal, Illumbe. Essa foi a noite do fim de sua banda e de seu grupo de amigos, e tambĂ©m do desaparecimento de Lorea, sua namorada. A polĂ­cia nunca conseguiu esclarecer o que aconteceu com a menina, que foi vista correndo para fora da sala de concerto, como se fugisse de algo ou alguĂ©m. Depois disso, Diego embarcou em uma carreira solo de sucesso e nunca mais voltou Ă  cidade.

Quando um dos membros da gangue morre em um incĂȘndio estranho, Diego decide voltar para Illumbe. Muitos anos se passaram e o reencontro com velhos amigos Ă© difĂ­cil: nenhum deles ainda Ă© a pessoa que era. Enquanto isso, cresce a suspeita de que o incĂȘndio nĂŁo foi acidental. É possĂ­vel que tudo esteja relacionado e que, muito tempo depois, Diego encontre novas pistas sobre o que aconteceu com Lorea?

Mikel Santiago se instala mais uma vez na cidade imaginĂĄria do PaĂ­s Basco, onde jĂĄ se passa seu romance anterior, O Mentiroso, histĂłria marcada por um passado que pode ter consequĂȘncias terrĂ­veis no presente. Este thriller magistral envolve-nos na nostalgia dos anos noventa enquanto desvendamos o mistĂ©rio daquela noite que todos lutam para esquecer.

No meio da noite, por Mikel Santiago

O jeito ruim

Uma segunda parte pode acabar suspensa do original quando sua edição for reduzida à inércia ou ao oportunismo. Da mesma forma, o segundo romance de um autor genuinamente interessado em ganhar uma carreira e acabar dando o seu melhor, acabarå brilhando acima de qualquer grande estreia.

Este segundo caso é o de Mikel Santiago e seu mau caminho, um romance em que descobrimos que sempre hå espaço para melhorias. De um cenårio mais realista, Mikel aproveita a oportunidade para fazer seu novo enredo se destacar ainda mais. Além disso, o romance também ganha ritmo para dotar o conjunto de níveis de leitura viciantes, com os ecos da leitura convidando-o a retomar um novo capítulo.

O escritor Bert Amandale divide com seu amigo o mĂșsico Chucks Basil uma daquelas viagens com sabor para lugar nenhum, para velhas culpas e destinos incertos, mas o que eles nunca imaginariam Ă© que acabariam se vendo imersos em acontecimentos estranhos que parecem ser trazido por uma força magnĂ©tica, aquela que leva uma vida ao desastre total.

O jeito ruim
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