Os 3 melhores livros de Hiromi Kawakami

A literatura feminina nipônica conta atualmente com dois redutos que exportam seus livros para todo o mundo com uma vitola narrativa que combina a calma do caráter japonês com a exploração das correntes literárias ocidentais atuais.

O primeiro é Banana Yoshimoto, o segundo é Hiromi kawakami. A ordem se alterna perfeitamente, já que ambos interpretam uma literatura altaneira com aquele encanto da miscelânea dos dois mundos, o do sol nascente e o do sol poente, como alegoria astronômica de sucesso sobre culturas tão díspares.

A descoberta do escritor Hiromi surgiu, como costuma acontecer em muitos outros casos, do inesperado. Quem mais quem menos tem essa tendência de escrever histórias ou histórias.

A questão é que quando Hiromi foi um pouco mais longe e acabou montando uma antologia Kamisama "Deus" que olhava para o existencial a partir dos símbolos clássicos do Japão, finalmente retratando um mundo alegórico de prosa simples mas muito capaz de provocar aquele despertar de as emoções que partem do fantástico, mas acabam abordando questões atuais em um tom cativante.

Foi assim que Hiromi Kawakami encontrou seu lugar na literatura, abandonando finalmente o ensino em um campo tão teoricamente distante como a biologia para se entregar a uma narrativa já mais produtiva no romance.

Os 3 melhores livros de Hiromi Kawakami

O céu é azul, a terra é branca

Nessa simplicidade transformadora, nessa capacidade de narrar ao ritmo e cadência mágicos da vida quotidiana (incluindo os nossos altos e baixos da memória para aquele passado transformado em sombra), este romance torna-se a obra paradigmática do autor.

Uma verdadeira obra-prima, uma descoberta da narrativa como forma de elevar os detalhes fundamentais da vida como o amor. Tsukiko é uma mulher de quase trinta anos e cuja bagagem vital parece confundir-se em uma rotina nebulosa. Até que ele conhece um velho professor de japonês.

E então o encontro supõe um enfoque total nos personagens, em suas abordagens amorosas, deixando de lado qualquer outro aspecto de sua existência.

Ele é um homem culto, ela uma mulher moderna que se lembra vagamente dos ensinamentos de sua professora. Mas entre os dois surge um espaço muito especial, íntimo em todos os aspectos, profundo.

Os personagens são dois seres brilhantes por cujas vidas viajamos com a única, mas não desprezível intenção de alcançar esse conhecimento do ser e o valor último do amor como desejo e abrigo, como necessidade e fundamento.

O céu é azul, a terra é branca

Algo que brilha como o mar

A perspectiva da comunicação do mundo dos jovens japoneses. O abandono, o desenraizamento, o respeito ancestral japonês e a necessidade de transgressão de personagens deixados à própria sorte.

Um romance muito interessante para ver o mundo de alguns meninos desprivilegiados e esquecidos até por eles próprios. Midori Edo não tem nada a ver com um jovem ocidental. Ele suporta o peso de seu mundo sobre os ombros, mas assume seu destino fatal.

Sua mãe, Aiko, pouco pode contribuir com seu sentimento de abandono. E se isso não bastasse, sua avó Masako acaba compondo seu conjunto de responsabilidades prematuras.

Junto com Midori encontramos amigos como Hanada, que estão muito mais insatisfeitos com aquele pedaço desprezível da vida que viveram em um bairro que gira em torno do infortúnio.

Algo que brilha como o mar

Sr. Nakano e as mulheres

De alguma forma, Hiromi Kawakami é capaz de despertar, a partir de idéias cativantes e simples e poderosas de injustiça, sentimentos de solidão, perspectivas de isolamento que podem ser decifradas no diálogo.

Hitomi vai trabalhar como antiquário, mas é apresentado a uma família única, na qual o patriarca Nakano age de maneira diferente de como prega. Onde outro funcionário, Takeo, estabelece uma relação única com a Hitomi.

A estranha irmã, Masayo, torna-se um ímã para Hitomi, de cuja interação desfrutamos as mais intensas sensações daquela humanidade parecida com a dos japoneses ...

No contraste que o antiquário supõe com o Japão que desperta o moderno, todos os personagens permanecem suspensos em um limbo que serve ao enredo para preencher cada cena de sensações e emoções.

Sr. Nakano e as mulheres
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3 comentários em "Os 3 melhores livros de Hiromi Kawakami"

  1. Excelente descrição do temperamento das personagens e dos cenários em que se desenrolam, sem qualquer traço fictício.Tudo o que é narrado no Sr. Nakano e nas mulheres é percebido pelo leitor como real, genuíno, simples e profundo. Tudo acontece naturalmente, como a própria vida. É um livro lembrado com carinho e frequência.

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