Os 3 melhores livros de Carlos Fuentes

Viajante de berço na qualidade de filho de um diplomata, Carlos Fuentes Ele adquiriu a virtude de ser viajado, uma ferramenta maravilhosa para o escritor próspero. Viajar oferece uma riqueza incomparável de perspectivas sobre o mundo, de aprendizado contra o etnocentrismo, de sabedoria popular. A infância privilegiada do autor foi aproveitada ao máximo por ele para se tornar, acima de tudo, um grande escritor, além de um diplomata de renome como seu pai.

Como escritor treinado e como pessoa em contato com as diversas realidades de seu inesgotável espírito de viagem, Fuentes se tornou um romancista sociológico, com uma busca quase antropológica do ser humano em seu meio social natural.

Não que seus romances sejam uma tentativa inteligente de intenção pedagógica, mas tanto seus personagens quanto suas abordagens sempre revelam uma intenção clara, a busca por respostas na história. Ainda há muito a aprender de tudo no passado, de todos os processos históricos, das revoluções e guerras, das crises, das grandes conquistas sociais, o resíduo da história é uma narrativa que foi alimentada Carlos Fuentes para nos propor seus romances.

Logicamente, como mexicano, as particularidades de sua terra natal também se destacam em muitos de seus livros. A idiossincrasia de um povo como o mexicano traz muito brilho aos seus paradoxos, oprimidos por uma intenção de um povo com forte identidade diferencial apesar da miscigenação que acabou por construí-la (como todos os povos do mundo, por outro mão)

Su amizade com Gabriel García Márquez seria digno de um filme. Dois dos maiores criadores literários latino-americanos, alimentando-se mutuamente para fomentar sua habilidade genial ...

Seleção de romances de Carlos Fuentes

Nossa terra

Vamos começar do início, chegar à Pangéia, olhar para um mundo dividido em massa de água e massa de terra, cada componente formando uma unidade compacta. Ali começou a ser construída esta casa a nossa chamada Terra, apesar de ainda não termos recebido as chaves.

Conhecemos mitos daquela época, ecos que nenhum ser humano ouviu. Então veio o barulho de nossa espécie se estabelecendo no planeta. E nada mais foi o mesmo, apesar de nosso prazo expirar, nós também nos tornamos apenas um eco perdido em um buraco negro.

Resumo: Terra nostra, o romance mais ambicioso e complexo de Carlos Fuentes, é sem dúvida um dos títulos fundamentais da narrativa hispânica contemporânea. Uma linguagem em constante ignição, cria, destrói e reinventa o maquinário crítico da fábula: do remoto silêncio do mundo dos mitos cosmogônicos à noite bolorenta e estridente de grilhões e rufos da Espanha dos Habsburgos.

Terra nostra é uma vasta viagem no tempo que remonta à Espanha dos Reis Católicos para revelar o exercício do poder transplantado para as colônias; o de Felipe II, o absolutismo espanhol dos Habsburgos, o mecanismo e as estruturas verticais de poder na América espanhola, em suma.

E é também um texto que critica a própria noção da história. Na história do romance, representa um caso limítrofe: epifania e fundação. «Terra nostra é a história vista pelos olhos de um romancista, com todos os recursos do imaginário literário ao seu dispor.

Nossa terra

A morte de Artemio Cruz

A velhice é uma revolução neuronal, em oposição à revolução hormonal da primeira infância. O retrato do velho Artemio Cruz traz ordem à desordem, mas respeita o caos e o sentimento de proximidade da maior perda: aquela que tira a própria vida.

Um conto lúcido e nítido que exala humanidade em seu conceito mais amplo, desde a mecânica dos passos até as quedas no poço dos sonhos.

Resumo: Os últimos momentos da vida de um homem poderoso, um soldado revolucionário, um amante sem amor, um pai sem família ... um homem que traiu as suas companheiras, mas que não suportou as feridas infligidas pelo destino.

Carlos Fuentes nos revela os processos mentais de um velho que já não é capaz de se defender e que está prostrado perante a morte iminente e indigna, mas a sua vontade - que lhe deu uma posição de destaque na sociedade - resiste à derrota.

Usando uma brilhante técnica narrativa, que reúne em um único texto a narração consciente, o subconsciente e a objetiva, o passado, o presente e o futuro, Fuentes nos conduz pelas entranhas da Revolução, do sistema político mexicano e da idiossincrasia da as classes dominantes.

A morte de Artemio Cruz

Aura

A história é registrada naqueles que permanecem quando alguém morre. As memórias dos seres que partiram podem se tornar mais fortes e vitais naqueles que ficaram habitando as mesmas quatro paredes.

Um jovem historiador decide cumprir uma tarefa bem paga, mas a transcrição encomendada sobre uma figura histórica acaba levando a um conhecimento muito maior da verdade última da história.

Resumo: A história começa quando Felipe Montero, um jovem historiador inteligente e solitário que trabalha como professor com um salário muito baixo, encontra no jornal um anúncio solicitando um profissional de suas qualidades para um emprego com um salário muito bom.

O trabalho, na rua Donceles 815, consiste em organizar e escrever as memórias de um coronel francês e traduzi-las para o espanhol para que possam ser publicadas. A viúva do coronel, Consuelo Llorente, e sua sobrinha Aura moram nesta casa.

O romance se passa em torno de Aura, dona de olhos verdes impressionantes e de grande beleza, e sua estranha relação com sua velha tia. Felipe se apaixona por Aura e quer tirá-la de lá porque acha que Aura não pode fazer sua vida por Consuelo que a prendeu. Ao entrar nas fotos e nos escritos do coronel e da viúva, Felipe perde o sentido da realidade e encontra uma verdade que ultrapassa a fantasia e o amor.

Aura, Carlos Fontes
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