Especializado no briefing, tanto que muitos outros grandes contadores de histórias da atualidade como um Samantha Schweblin com quem você pode encontrar uma certa melodia, o bem de Etgar Frame nos apresenta um volume de histórias perturbadoras no que costumava ser seu enredo criativo.
O assunto muda, antes o cenário, mas permanece aquela vontade e determinação do alquimista em extrair sempre novos aromas de humanismo face à alienação. A desculpa da ficção mais pretensiosa do cosmos para nos oferecer aquele prisma de astronauta que vê o mundo, nosso mundo interior. Uma viagem fascinante ou melhor, um somatório de viagens sem descanso nas quais perdemos a bagagem e perdemos o navio. Mas onde finalmente gostamos.
Existem poucos escritores como o israelense Etgar Keret. Suas histórias variam entre o fantástico, o mordaz e o hilário. Seus personagens confrontam a paternidade e a família, a guerra e o jogo, a maconha e os bolos, a memória e o amor. Essas histórias nunca terminam como o esperado, mas sempre surpreendem, divertem e emocionam.
Falha na borda da galáxia -Vencedor em 2019 com o Prêmio Sapir e o Prêmio Nacional do Livro Judaico- tem como fio condutor a incapacidade de se comunicar, de entender o mundo que nos cerca e, acima de tudo, de nos entendermos. Mas de alguma forma, ao longo de suas páginas, através do profundo amor do autor pela humanidade e nossa existência infeliz, há uma luz que brilha e mantém viva a centelha de uma conexão universal.
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